PROMOVA-SE SEM A NECESSIDADE DE VENDER A SUA ALMA AO DIABO (Parte Final)

Por Gutemberg B. de Macedo

 

“Preserve suas forças e a sua energia concentrando-as no seu ponto mais forte. Ganha-se mais descobrindo uma mina rica e cavando fundo, do que pulando de uma mina

rasa para outra – a profundidade derrota a superficialidade sempre. Ao procurar fontes

de poder para promovê-lo, descubra um patrono-chave, a vaca cheia de leite

 que o alimentará durante muito tempo.”

 

Robert Greene

Escritor norte-americano

The 48 Laws of Power

 

Este artigo é o último desta série. Reconheço que inúmeras outras estratégias poderiam ter sido discutidas ao longo deste trabalho. Entretanto, para não torná-la muito longa e temer perder o interesse de meus leitores sobre matéria tão vital para o sucesso de uma carreira, resolvi encurtá-la e sacrificar inúmeras recomendações.

Acredito que os leitores comprometidos com o avanço de suas carreiras sem a necessidade de ter que vender a sua alma ao diabo, certamente irão buscar novas fontes de conhecimento sobre o assunto em livros, revistas e até mesmos nos exemplos que poderão extrair de seu ambiente de trabalho ou fora dele.  É uma questão apenas de interesse e atitude pró-ativa.

Como salientamos em artigo anterior, a autopromoção, quando usada intencional e estrategicamente, pode ser recompensadora tanto para o profissional como para a organização para a qual ele trabalha.

Richard Branson, executivo-empresário, que preside “The Virgin Group,” composto por 350 empresas e atuação em 30 paises, em setores tão variados como lazer, aviação, saúde e até viagens espaciais, corporifica a nossa tese: “Para promover sua empresa, fantasiou-se de noiva, pirata e piloto, tentou atravessar o oceano Pacífico em um balão e o Atlântico em um barco a motor”. Há pouco tempo, anunciou que sairia da atmosfera a bordo da aeronave LauncherOne.

A sua estratégia de autopromoção tem contribuído para sua fama, tanto em suas empresas como no resto do mundo: “Adorado pelos colaboradores e imitado pelos empreendedores, é considerado um herói na Inglaterra. Acima de tudo, Richard Branson parece ser um dos arquétipos de liderança empresarial que servem de espelho aos gestores mais ambiciosos”. (Florencia Lafuente, “Richard Branson, o líder 2020?”. Revista HSM Management, setembro e outubro de 2012, págs. 90 a 94).

Caro leitor, reconheço que as suas estratégias de autopromoção devem levar em consideração as suas características de personalidade, os seus objetivos pessoais, o seu ambiente de trabalho, as oportunidades que surgem ao longo de sua jornada corporativa, entre outras questões. Jamais tente copiar as estratégias formuladas e empreendidas por outros profissionais. Você fatalmente parecerá “Fake” e logo será desmascarado e esquecido.

Portanto, lembre-se sempre da observação feita por David Hume, 1711-1776, filósofo escocês, “Nenhum homem precisa se desesperar para convencer os outros das suas hipóteses mais extravagantes se tiver arte suficiente para apresentá-las em cores favoráveis”.

Gostaria de chamar sua atenção para outro aspecto da autopromoção – muitos profissionais esperam adquirir notoriedade e visibilidade pelo excelente trabalho que empreendem nas organizações onde trabalham. Elas esperam que seus superiores reconheçam os seus méritos pessoais e profissionais. Esse é um erro gravíssimo. O seu valor para o seu chefe é o grau de sua utilidade. São raros os profissionais que se preocupam com os seus colaboradores. Eles estão mais preocupados com o seu trabalho, a sua própria carreira e autopromoção.

David F. D’Alessandro, ex-CEO da John Hancock Financial Services, sobre esse mesmo  assunto escreveu: “It’s a good bet that your boss does not spend much time thinking about you. So do not be lulled into assuming that he will help you move up just because he likes you. Don’t assume that he will know or care where you want to go unless you tell him. It is up to you to make sure that this relationship is a deal. Ask. Íf we’re successful here, what’s going to happen to me?”

Carol Gallagher, Ph.D. norte-americana, apresenta uma linha de raciocínio semelhante: “Although your boss may be a great advisor and supporter; it can be an ineffective strategy to limit yourself to just this one individual. Develop a broad range of supportive relationship.” (“Going To The Top,” 2000, pág. 169).

Caro leitor, nunca se esqueça dessa verdade. Se esquecê-la, fracassará totalmente. Portanto, assuma a responsabilidade pela sua autopromoção e pelo seu destino. Controle a sua imagem, postura e presença profissional, interna e externamente. Invista em sua autopromoção, porém seja sempre você mesmo. Nunca, nunca mesmo, deseje aparentar ser o que você não é. E ao fazer a sua autopromoção, cuidado para não se exceder em seu personalismo.

O individualismo, como ponderou Baltasar Gracian, “Só serve para chamar a atenção com alguma especialidade descabida, a qual provoca riso em uns e mal-estar em outros. A reputação de ser uma pessoa que sabe o que lhe cabe fazer é honrosa e gera confiança, mas a reputação de ser artificioso é capciosa e gera receio”.

2 thoughts on “PROMOVA-SE SEM A NECESSIDADE DE VENDER A SUA ALMA AO DIABO (Parte Final)”

  1. Grande Mestre, mas uma série excelente, orientações claras e objetivas que remetem a orientação profissional de resultados. Parabéns!!!

  2. De fato, normalmente confiamos erroneamente que apenas o trabalho duro e comprometido alavancará a carreira e deixamos de lado a autopromoção, por talvez achar que seja uma atitude um tanto quanto narcisista. No entanto, fica claro que este é um componente imprescindível para o progresso da carreira também, quando usado corretamente na forma e na dosagem. Obrigado Gutemberg por dar a este tema o devido destaque.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *