POR QUE MUDAR? (Parte IV)

 

Por Gutemberg B. de Macedo

Se você está desejoso de desenvolver alguma coisa realmente nova, lembre-se de que ela não será detectada nas tendências.

Larry Leigon

Em seu estudo “By Force or Fantasy – How We Make Our Live”, a doutora Ethel S. Person, analista supervisora do Centro Psicanalítico de Treinamento e Pesquisa da Universidade Columbia, rememora o conto “A Fera na Floresta”, de Henry James. Faz isso ao refletir sobre o desejo manifestado pelos profissionais de mudar o rumo de suas vidas – um fenômeno cada vez mais presente, apesar de a maioria não saber exatamente quando, nem como ou por quê. Frequentemente, esses profissionais dissipam-se em elucubrações, perdendo tempo e energia preciosos com sonhos que nunca se concretizam.

John Marcher, o protagonista da trágica história de Henry James, acredita que sua vida será moldada por uma experiência extraordinária, que ele visualiza, metaforicamente, como a de estar sendo perseguido por um animal na floresta. Ele confidencia esse pressentimento a sua amiga May Bartram. Anos mais tarde, quando os dois se reencontram depois de uma longa separação, ela pergunta a John se o episódio imaginado tinha de fato acontecido. Para sua surpresa, May ouve do amigo que nada acontecera, mas a expetativa de que ainda viria a ocorrer permanecia como crença central de sua vida. Muito tempo depois, apenas quando a morte leva May, John compreende que o animal verdadeiro, a coisa que moldara sua vida era a espera interminável do evento transformador, parcialmente desejado, parcialmente terminado. Fechado na perspectiva do acontecimento, ele tinha consumido sua vida esperando.

Dessa história, podemos extrair várias lições sobre a mudança de rumo em nossas vidas profissionais.

A primeira diz respeito às nossas fantasias. Ficamos à espera de um acontecimento inusitado, que nos fará assumir a gestão de nossas vidas e carreiras. Somos como aqueles homens que clamavam ao Cristo: “Mostre-nos um milagre”.

A segunda é sobre nosso medo do novo e do desconhecido – esse sentimento derivado do hábito arraigado, fantasiado por todas as virtudes da mediocridade e preguiçoso em suas concepções intelectuais, tão bem sintetizado pelo romancista Gustave Flaubert na imagem de “um homem que pensa pequeno”.

A terceira ilustra como a vida não é digna de ser vivida quando não a enobrece um ideal. Como nos ensina José Ingenieros: “Não vive mais quem tem mais anos, mas quem sente melhor um ideal”.

A quarta fala das falsas expetativas. Quem deseja verdadeiramente mudar o curso de sua vida para algo melhor e superior, jamais deveria esperar por fatos ou acontecimentos que estão fora de seu controle ou independem de sua vontade. Mudar é acreditar no sonho impossível, seguir a própria estrela e agir como soldados destemidos nos campos de batalha, onde sobrevivem os melhores, os mais preparados e os mais audaciosos. Quando esses elementos são desprezados, nos tornamos incapazes de iniciativas corajosas; marchamos sem aprender nem ensinar; diluímos em tédio a nossa insatisfação; proclamamos que o mundo não é justo para conosco e nos tornamos reflexo dos demais.

Repito ainda uma vez que as águias não voam em bando. Sim, todos nós temos pensando em algum momento de nossas vidas numa segunda carreira, naquela virada de jogo, naquela mudança radical, naquela emancipação global. Mas voar até elas é para poucos.

Mudar é saudável

Quando voltamos os olhos para a história da nossa espécie, descobrimos que, bem lá trás, há milhares de anos, fomos caçadores e não caças, saqueadores e não saqueados, errantes nas savanas e nas estepes e não seres imobilistas, ocupados apenas em desfazer o existente e a preferir o mal conhecido ao bem conhecer, conforme sugeriu o cientista Carl Sagan.

Existem boas e justificadas razões para aspirar a uma nova vida:

  • Muitos profissionais, à medida que os anos passam – independentemente de suas profissões e habilidades – sentem que suas carreiras já não são tão desafiadoras, interessantes ou gratificantes. Diante dessa realidade, eles sentem a necessidade de sair em busca de novos desafios, novas oportunidades, independência e espaço para comunicar-se livremente. Desejam a mudança porque mudar, para eles, é ser alguém.
  • Outros, que não vislumbram novas promoções e sentem que seus talentos estão sendo subutilizados, ambicionam “bater em retirada”. Eles não desejam em hipótese alguma transformar-se em patos gordos no lago calmo. Querem alçar vôo, conhecer novos campos, saborear novos alimentos. Desejam voltar às suas origens de aves de arribação. Recusam-se terminantemente a vegetar, pois sabem que existe o infinito além dos horizontes.
  • Outros ainda sentem-se bloqueados e trabalhando para as empresas erradas. Em muitas de nossas organizações, encontramos milhares desses indivíduos. Eles são, na maioria das vezes, profissionais frustrados, mas cegos para as novas alvoradas de suas carreiras. Não é à toa que a insatisfação no trabalho é causa número 1 de mortes por enfarte entre os executivos.
  • A atual realidade das companhias e as mudanças substanciais que sofreram em todos os aspectos e, especialmente, em seus valores – emprego do berço à sepultura; carreira dirigida pela organização; o treinamento como sendo de exclusiva responsabilidade da empresa, etc. – contribuíram para despertar nos profissionais, adultos e jovens, o interesse pelo negócio próprio.
  • Todos reconhecem que a vida nas organizações no atual contexto de uma economia globalizada é bem diferente daquela vivida nas ultimas décadas. Os que não agregam valor e não se preparam adequadamente para os novos tempos estão fora do jogo. Nessa circunstância, muitos vêem na abertura do próprio negócio uma espécie de segunda chance.
  • Quando ultrapassam a faixa dos 30 anos, os profissionais já têm uma noção do progresso que poderão fazer em suas carreiras. Esse prognostico costuma resultar de comparações entre o seu status na carreira e o de seus colegas. Se foram colocados no Freezer no último projeto do qual participaram, por exemplo, é mais do que provável que sua carreira não irá além do espaço já conquistado. Diante dessa situação, que rumo tomar?

Mudar é urgente

A epidemia do desemprego que assola os países desenvolvidos e em desenvolvimento é outro argumento importante a favor da mudança. Os índices e números são assustadores. Em escala mundial, há mais de 800 milhões de desempregados ou subempregados. No Brasil, são quase 3,5 milhões, com tendência a crescer, segundo alguns economistas e consultores. Isso é resultado de fatores como:

  • Concorrência internacional
  • Incompetência Governamental
  • Reengenharia de processos, produtos, distribuição, administração, etc.
  • Uso intensivo da tecnologia, notadamente de informação e de comunicação.
  • Inovação e novas tecnologias.

Na maioria das nações industrializadas, 75% da força de trabalho está, de uma forma ou de outra, engajada em atividades repetitivas. Máquinas automatizadas, robôs e computadores sofisticados podem fazer todas essas atividades com maior rapidez, melhor qualidade e sem greves. Só nos Estados Unidos, 90 milhões dos 124 milhões de trabalhadores poderão ser substituídos por maquinas nos próximos anos. Quando sabemos que apenas 5% das nações já fizeram a transição para a cultura da máquina, o futuro parece, sem dúvida, ameaçador.

Em artigo que escrevi recentemente, mencionei uma observação feita pelo economista Wassily Leontief, Prêmio Nobel de Economia, sobre o papel dos seres humanos como fator de produção. Ele recorre a uma comparação tão desagradável quanto eloquente, dizendo que acontecerá com o homem o que aconteceu com os cavalos na produção agrícola: “pouco a pouco substituídos e finalmente eliminados pelos tratores”.

Uma renomada consultora americana, Paula I. Robbins, realizou pesquisa com 91 executivos bem-sucedidos sobre as causas que os levaram a mudar o rumo de suas vidas. Os resultados que obteve.

O quadro abaixo discrimina os itens que os profissionais consideraram os mais importantes como motivação para mudar de carreira.

Motivação Muito importante Importante Pouco Importante Nada Importante
Oportunidade para maiores desafios 33 17 8 33
Melhoria salarial 2 8 12 69
Trabalho mais gratificante 48 21 3 19
Afinidades com colegas de trabalho 7 13 18 53
Mais tempo com a família 13 11 15 52
Maior grau de responsabilidade 15 9 11 56
Maior sintonia entre valores pessoais e o trabalho 44 19 6 22
Mais tempo para lazer e cultivo de hobbies 9 12 18 52
Residir em local mais agradável 11 7 5 68
Ritmo menos agitado 12 11 13 55
Maior segurança 3 9 5 74
Pressão para sair 6 7 8 70
Demissão 7 2 3 79
Motivo de saúde 5 3 5 78

Chamam a atenção as razões que aparecem nos primeiros lugares: desejo de fazer um trabalho mais significativo, melhor entrosamento entre os valores pessoais e o trabalho e oportunidade de maiores realizações. Ou seja: contradizendo as crenças mais generalizadas e difundidas, as satisfações intrínsecas ao próprio trabalho desbancam o dinheiro, a segurança financeira, o status e outros valores materiais como valores predominantes entre as ambições dos executivos.

Ante estes fatos, a conclusão é inevitável. As formas de trabalho adquirem novas feições e o emprego passa por redefinições profundas. É evidente que ele talvez nunca desapareça. Porém, tal como o conhecemos, está em fase de decomposição avançada. Perguntam os profissionais: existe alternativa? Existe. Chama-se Leasing pessoal.

Será que é para mim?

Estando contados os dias das corporações gigantescas e dos empregos vitalícios, os profissionais terão de recriar suas vidas, suas carreiras e seu próprio sucesso fora do ambiente instável em que se transformaram as corporações. Neste novo mundo, a mensagem é clara: a capacidade de gerir um negócio próprio será daqui para a frente a medida do sucesso ou do fracasso na vida das pessoas – e dos executivos em particular.

De qualquer forma, mudar ou não para uma carreira leasable é uma questão que cabe a você decidir. Portanto, só quem pode escrever esta parte do livro é você.

Assim, sugiro que pegue um lápis e gaste alguns minutos resolvendo os exercícios e respondendo ao teste, dois instrumentos que ajudarão a determinar se você está pronto para assumir a gestão de sua carreira.

Exercício nº1

                                

PAUSA PARA MEDITAÇÃO

Este exercício irá ajudá-lo a explorar seus sentimentos acerca da decisão de mudar de carreira. Complete cada sentença abaixo de acordo com os sentimentos que você tem no momento:

  • Comecei a pensar sobre uma mudança de rumo em minha carreira quando…
  • O maior problema/dilema que enfrento atualmente é…
  • Desejo fazer…
  • Para mim, é muito difícil aceitar uma derrota, porque…
  • Tenho certeza de que não perderei…
  • A reação de minha família em relação aos meus planos é…
  • Reações de outras pessoas às minhas ideias…
  • Se eu me sentir preocupado, eu…
  • Fazendo uma retrospectiva de minha vida mais recente, ela pode ser comparada a…
  • Quando comecei a trabalhar pensava…
  • Nunca pensei que poderia…
  • Minha grande decepção é…
  • Sempre quis…
  • Os próximos seis meses serão…
  • A melhor coisa que espero conseguir nos próximos cinco anos é…
  • Nos próximos dez anos, eu…
  • As mudanças sempre…
  • Preciso descobrir…

Exercício nº2

IDENTIFIQUE SEUS FATORES PESSOAIS DE MOTIVAÇÃO

Na primeira coluna, assinale os fatores que atualmente podem ser aplicados a você. Na segunda, assinale os que deseja manter. Na terceira coluna, marque suas expectativas futuras.

Fatores no trabalho

No meu emprego atual

Desejo manter

Posso identificar no futuro

Aplausos/Aprovação      
Bom local de trabalho      
Sinto-me necessário      
Sinto-me útil      
Sinto-me rotineiro      
Desafio      
Companheirismo      
Colegas      
Contato com pessoas com as mesmas habilidades      
Criatividade      
Decepção      
Disciplina      
Exercício      
Feedback      
Frustração      
Identidade      
Prazos      
Remuneração      
Independência      
Satisfação com o trabalho      
Conhecimento      

Fatores no trabalho No meu emprego atual Desejo manter Posso identificar no futuro
Motivação      
Privacidade      
Contato externo      
Alimentação nas horas certas      
Rotina      
Segurança      
Proposito      
Habilidades      
Vida Social      
Status      
Estresse      
Tempo      
Apoio      
Trabalho em equipe      
Tópicos de conversação      
Proximidade do local de trabalho      
Viagens a serviço      
Transporte      
Preocupação      
Pessoas mais jovens no trabalho      

Teste

VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA SER SEU PRÓPRIO NEGÓCIO?

Coloque um X no quadradinho da frase que melhor o descreve. Procure ser o mais sincero e realista possível.

  • Você é um profissional de iniciativa?
  • A. Faço meu trabalho sozinho e não necessito de ninguém dizendo o que preciso fazer ou o que deve ser feito.
  • B. Necessito da ajuda de outros para iniciar um novo trabalho. Sempre preciso de um pequeno empurrão.
  • C. Não faço esforço algum nos trabalhos que desenvolvo até que seja forçado a agir diferentemente.
  • Como se relaciona com as pessoas?
  • A. Não gosto de confraternizar com as pessoas. Acho desagradável fiar rodeado por outros.
  • B. Sou uma pessoa gregária. Adoro me relacionar com outras pessoas, quaisquer que sejam suas origens, backgroud e padrões de cultura.
  • C. Tenho minhas amizades preferidas e não necessito conquistar novos amigos.
  • Gosta de assumir responsabilidades?
  • A. Estou sempre à procura de novas responsabilidades, pois representam um desafio para mim.
  • B. Só assumo responsabilidades se for obrigado.
  • C. Prefiro transferir novas responsabilidades a outras pessoas.
  • Você é um líder?
  • A. Tenho grande prazer em liderar outras pessoas como inspiração e exemplo.
  • B. Em geral, prefiro que os outros tomem a iniciativa e eu acompanho naquilo que necessita ser feito.
  • C. Não gosto de dizer a outras pessoas aquilo que elas devem fazer. Sinto-me bastante constrangido. Não nasci para mandar ou comandar.
  • Sabe planejar adequadamente suas atividades?
  • A. Sou um profissional comprometido com o planejamento de minhas atividades. Considero que não fazê-lo representa um desperdício de recursos e energia.
  • B. Não costumo ser eficaz quando planejo minhas atividades.
  • C. Planejamento para mim é perda de tempo, pois as coisas mudam a cada instante.
  • Sabe tomar decisões?
  • A. Tenho grande facilidade para decidir com rapidez e precisão. Dificilmente cometo erros ao tomar decisões.
  • B. Costumo demorar muito para tomar a melhor decisão. Tal postura em geral me prejudica, pois, mesmo que as decisões sejam corretas, elas são tardias.
  • C. Acho complicado tomar decisões. Prefiro empurra-la mais para a frente na expectativa de que as coisas se resolvam por si mesmas.
  • Sabe fazer follow-up?
  • A. Sou muito competente no follow-up das coisas que necessitam ser feitas. Não deixo nada para depois nem largo as pessoas totalmente soltas.
  • B. Faço follow-up, mas não sistematicamente. Depende de cada trabalho e circunstância.
  • C. Na execução do eu trabalho, considero o follow-up a coisa mais desagradável que tenho de fazer.
  • Como avalia sua habilidade para organizar pessoas informações e dados?
  • A. Julgo-me um profissional muito competente.
  • B. Ás vezes, tenho dificuldades para organizar as coisas e acabo me perdendo.
  • C. Não valorizo muito essa habilidade. Prefiro resolver os problemas à medida que vão surgindo. Organizar para mim significa burocracia.
  • Você é um profissional esforçado?
  • A. Tenho grande capacidade de trabalho e gosto de trabalhar longas horas.
  • B. Não acredito que a chave para o sucesso seja o trabalho duro.
  • C. Trabalho com dedicação, mas não desejo nem gosto de trabalhar longas horas.
  • Qual a sua credibilidade no mercado?
  • A. Sou conhecido e respeitado no meu ambiente de trabalho e fora dele.
  • B. Não saberia avaliar meu nível de credibilidade, visto que tenho pouca visibilidade no mundo dos negócios.
  • C. Nunca dei importância a esse assunto, pois sempre julguei que as pessoas saberiam reconhecer um trabalho bem-feito.
  • De que maneira você se preparou para se lançar no mercado como Leased Executive?
  • A. Tenho me preparado desde que descobri por mim mesmo que posso fazer a diferença no ambiente dos negócios.
  • B. Meu preparo é razoavelmente precário. Confesso que não me preparei adequadamente.
  • C. Nunca dei importância a esse assunto, pois nunca pensei em ter um negócio próprio.
  • Por que motivos deseja ser um Leased Executive?
  • A. Sinto vocação para essa atividade, que me inspira e me anima.
  • B. Estou totalmente, desmotivado no meu trabalho e não vislumbro nenhuma perspectiva de progresso.
  • C. Esta é a ocupação do momento e, aparentemente, pode-se ganhar muito dinheiro através dela.
  • Quais são os seus principais atributos pessoais?
  • A. Comprometimento total com tudo em que acredito.
  • B. Gosto de boa saúde, o que me permite fazer a maioria das coisas que planejo.
  • C. Sou extrovertido.
  • Você desfruta de boa saúde?
  • A. Cuido permanentemente de minha saúde e nunca fico doente.
  • B. Gozo de boa saúde, o que me permite fazer a maioria das coisas que planejo.
  • C. Fico doente frequentemente.
  • Você pode contar com o apoio irrestrito de sua família nessa nova etapa de sua vida?
  • A. Minha família me apoia totalmente e está disposta a qualquer tipo de sacrifício para me ver bem-sucedido.
  • B. Tenho apoio para algumas das coisas que desejo fazer. Não estou bem certo se posso contar com o apoio incondicional de todos.
  • C. Minha família considera uma temeridade eu desejar fazer meu próprio negócio. Não conto com seu apoio formal.
  • O que sabe sobre a carreira de Leased Executive?
  • A. Tenho pesquisado muito sobre o assunto e também conversado com profissionais considerados experientes nessa área.
  • B. Meu conhecimento é ainda muito superficial. Tenho noções elementares sobre o assunto.
  • C. Não tenho qualquer conhecimento sobre essa atividade. Não considero importante pesquisar sobre o assunto antes de fazer uma experiência, mesmo que seja por um curto período de tempo. Neste sentido, sou um aventureiro.
  • Que habilidades mercadológicas você possui que poderão torná-lo bem-sucedido?
  • A. Tenho grande facilidade para discutir assuntos subjetivos e vender minhas ideias.
  • B. Tenho alguma facilidade para vender, porém, necessito melhorar e me aperfeiçoar.
  • C. Nunca parei para pensar sobre o assunto.
  • De que recursos financeiros dispõe para encarar seu negócio próprio?
  • A. Tenho uma poupança que me permite investir no meu negócio durante 24 meses, sem criar qualquer dificuldade ao meu empreendimento nem impor sacrifícios a minha família.
  • B. Meus recursos são suficientes para me manter por aproximadamente seis meses sem problemas. Caso não comece logo a vender meus serviços, fatalmente me tornarei insolvente após esse período.
  • C. Meus recursos são extremamente limitados. Não tenho outra alternativa. É lutar ou morrer!
  • Que tipo de sacrifício você está disposto a fazer para realizar seu ideal?
  • A. Todos os que forem necessários.
  • B. Não gostaria de sacrificar meu lazer, minha família, nem parentes e amigos.
  • C. Não gostaria de sacrificar nada. Creio que não vale a pena.
  • Que obstáculos você prevê sem seu novo empreendimento e como procurará superá-los?
  • A. A concorrência. Procurarei superá-la através da prestação de serviços com alta qualidade.
  • B. Meu maior obstáculo sou eu mesmo. Ainda estou pensando sobre como superar este problema.
  • C. Nunca pensei muito sobre formas de superar obstáculos.
  • Como você define o sucesso?
  • A. É o grau de satisfação que você encontra naquilo que faz.
  • B. É a obtenção de êxito no exercício profissional: dinheiro, status, fama, etc.
  • C. Nunca pensei e jamais persegui o sucesso. Não dou importância à discussão desse assunto.

SUA AVALIAÇÃO

Some o número de respostas A, B e C.

  • Se seu placar deu a vitória às respostas de tipo A, vá em frente: você tem as qualidades para ser um bom Leased Executive.
  • Se as respostas de tipo B ganharam, você tem problemas e fatalmente necessitará de ajuda externa.
  • Se escolheu mais frequentemente a alternativa C, desista da ideia antes que seja tarde.

O que pode dar errado

Muitos são os fatores que podem contribuir para o insucesso, como se pode depreender das biografias daqueles que sucumbiram no confronto com o mundo dos negócios – onde as águias não voam em bando. Entre eles:

FALTA DE CONHECIMENTO

Duas possibilidades igualmente corrosivas:

  • Falta de habilidades técnicas, conceituais e humanas.
  • Falta de preparo e planejamento adequados. A improvisação e o imediatismo levam ao fracasso.

O Leased Executive vale o quanto sabe. Muitos nem sequer tentaram estudar com dedicação. Preferiram confiar na própria ignorância e partir para a adivinhação. A leitura, para muitos, produziu um efeito devastador: o próprio envenenamento. Incapazes de ativar o próprio intelecto, renunciaram a qualquer sacrifício, alegando a incerteza dos resultados. Ignoram que os verdadeiros profissionais não vivem de trechos decorados ou formulinhas.  

FALTA DE RECURSOS FINANCEIROS

Indivíduos aventuram-se na formação de um negócio próprio contando com o milagre da multiplicação dos pães sem entrar com nenhum ingrediente além de cara e coragem. Não existe milagre em negócios. Onde não há farinha de trigo, fermento, sal, açúcar e água não existe qualquer possibilidade de saciar a própria fome.

MÁ ADMINISTRAÇÃO DE TEMPO

Em geral, as pessoas gastam 70% de seu tempo olhando para o passado e cantando suas maravilhas, 25% do tempo olhando para o futuro em completo devaneio (não estou falando de sonhos, nos quais acredito muito) e só reservam 5 % dele para se fixar no presente.

É uma forma equivocada de administrar o tempo. A única hora que nos pertence é o momento presente. Portanto, é preciso usá-lo com inteligência e respeito. Diz Jean-Louis Servan-Schreiber, o dono da revista francesa L’Expansion: “Poderoso ou miserável, homem ou mulher, trabalhador ou vagabundo, inteligente ou burro, todo mundo tem o mesmo tempo à disposição. Pois tempo é vida, que não pode ser estocada nem renovada. E que, mesmo não vivida, se gasta e desaparece.   

FALTA DE INFORMAÇÃO

Todos reconhecem que vivemos na era da informação e da tecnologia. Porém, poucos sabem o que verdadeiramente acontece a seu redor. São meros espectadores. O leased professional deve ser um indivíduo tão bem formado quanto informado. Lembre-se do que dizia o filosofo Francis Bacon: “Conhecimento é poder”.

Às vezes, fico estarrecido com o nível cultural de uma significativa parcela de nossos prestadores de serviço. A grande maioria não passa de meros repetidores de doutrinas e aplicadores de métodos que muitas vezes não dominam e também jamais questionaram. Carecem de opinião própria e independência de pensamento. Têm olhos, mas não sabem distinguir a luz da sombra; confundem simulação com mérito; aparência com realidade; decorar com entender. Na verdade, prefere, a “zona de conforto”, pois a originalidade no pensar lhes dá arrepios.

INCONSCIÊNCIA DA PRÓPRIA MISSÃO

É terrível ver alguns profissionais como barcos sem leme, metidos em atividades derrotistas, acomodados e sem qualquer noção sobre o papel que desempenham neste mundo aparentemente caótico, mas certamente harmônico.

O leased executive não pode, em hipótese alguma, ser contaminado por esses pensamentos. Afinal ele é um errante e deve estar sempre em busca de novas alvoradas, paisagens, conhecimento, amizades, negócios, etc.

É bom lembrar que ele é contratado pelos seus clientes para missões que requerem ousadia e entusiasmo. As mais comuns:

  • Ensinar.
  • Solucionar problemas.
  • Aprimorar desempenho.
  • Aumentar vendas.
  • Reduzir custos.
  • Introduzir mudanças.
  • Elaborar planos estratégicos.
  • Conduzir pesquisas.
  • Sanear a empresa e aumentar os lucros.
  • Aprimorar o nível dos recursos humanos.
  • Aprimorar a imagem da empresa.
  • Auditar sistemas.

Caro leitor, a mudança é uma constante em nossas vidas. Mas a mudança requer reflexão profunda, preparo, coragem e ação. É sabido que aqueles que nunca mudam não vão à lugar nenhum. Eles são apenas peso para a sociedade.

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