CARREIRA E A SÍNDROME DE RIP VAN WINKLE

Por Gutemberg B. de Macedo

Presidente da Gutemberg Consultores S/C Ltda

“We can’t afford to slow up

because we have a date with destiny.

We must keep moving. We must keep moving”.

Dr. Martin Luther King, Jr., 1929 – 1968

Washington Irvin em sua fábula, “The Legend of Sleepy Hallow”, relata que seu principal personagem, Rip Van Winkle, adormeceu nas Montanhas de Catskius de Nova York quando as colônias americanas ainda estavam sob o domínio da Grã-Bretanha. Vinte anos mais tarde quando ele acordou encontrou um indivíduo sobre o qual nunca ouvira falar antes – George Washington – como presidente de seu país – agora denominado Estados Unidos da América.

O mais surpreendente nessa história sobre Rip Van Winkle não é que ele tenha dormido durante vinte anos, mas que ele tenha dormido durante a revolução americana (1776-1783), certamente uma das mais sangrentas de sua história, e que culminou com o estabelecimento da maior e também da mais duradoura – 220 anos – das democracias do mundo.

Uma das maiores “liabilities” da recente história das organizações é que, ainda hoje, existem milhares de profissionais, em todos os níveis hierárquicos, que permanecem dormindo ou em complacente estado de sonolência, a despeito das abruptas transformações por que passaram ou passam as empresas – downsizing, reengenharia, fusões, aquisições, nascimento de novas tecnologias, implementação de novos processos industriais, surgimento de novos concorrentes em nível global, mudança no perfil dos profissionais e das exigências feitas pelas empresas na hora de contratar e promover, entre tantas outras.     

Todas as instituições, privadas ou públicas, têm os defensores do status quo e um exército de indiferentes que permanecem dormindo ou em estado de sonolência em época de mudanças radicais.  Todavia, a sobrevivência dos profissionais de nossos dias dependerá cada vez mais de sua capacidade de permanecerem conscientemente acordados. Isto requer que aceitem e se ajustem a novos ambientes, que se mantenham, vinte e quatro horas por dia, atentos a fatos e eventos que poderão impactar sua carreira, que permaneçam abertos a novas idéias, ao aprendizado de novas tecnologias e a sua aplicação em seus postos de trabalho e, sobretudo, que enfrentem corajosamente os desafios das mudanças, inclusive do próprio emprego ou carreira.

A mensagem mais forte que pude pensar para alertar a todos os meus leitores é: despertem, despertem, despertem! Vocês não podem se dar ao luxo de permanecerem imóveis e adormecidos. Uma revolução está em curso nas organizações e vocês não podem ficar indiferentes ou esperando que as coisas melhorem – inclusive, o mercado de trabalho. O momento é esse. A hora chegou. Façam algo por sua vida e carreira. Não sejam mais um Rip Van Winkle, que permaneceu dormindo enquanto o mundo a seu redor vivia em guerra.

Há momentos na carreira, em que o profissional se percebe frustrado e sem alternativas. A melhor saída parece ser mesmo o pedido de demissão e a conseqüente busca por outra empresa, onde possa se realizar plenamente. Caso contrário, um belo dia acordará e descobrirá que seu trabalho não existe mais, e pior, que está sendo demitido involuntariamente.

A sabedoria convencional ensina que o melhor momento para o profissional enfrentar essa mudança – “buscar nova colocação no mercado de trabalho“ – é quando ele ainda está trabalhando. As razões são claras:

Primeiro, é sempre melhor negociar uma mudança quando se está numa posição segura e de força.

Segundo, a despeito das organizações saberem e compreenderem que, atualmente, o mercado de trabalho dispõe de grande número de profissionais inteligentes, competentes, íntegros, qualificados, plenamente recomendáveis, mesmo assim, em inúmeras circunstâncias, elas preferem deixá-los de lado. Há sempre uma dúvida no ar: se eles são tão bons, raciocinam, por que foram demitidos, e não promovidos? (Talvez seja esse o motivo de sua demissão, dizem reservadamente. Nossa empresa precisa de profissionais “insubstituíveis”).

Terceiro, se o profissional busca nova colocação no mercado de trabalho, quando tem uma posição segura em sua empresa, ele se sentirá mais autoconfiante, mais seletivo em relação ao novo e futuro empregador e, acima de tudo, mais exigente consigo mesmo.

Existem inúmeros sinais, tanto internos quanto externos, que indicam que o momento para se planejar ou prospectar nova colocação no mercado de trabalho esteja próximo ou tenha chegado de forma inadiável. Nessa hora, é fundamental equilíbrio e energia para empreender a transição, fazendo com que ela seja, de preferência, voluntária e não forçada.

E quais são esses sinais? Para descobrí-los, cada um deve fazer a si mesmo algumas perguntas de natureza prática, sem medo de encarar as respostas.

Primeiro: Sou e estou feliz em meu atual emprego? Se sua resposta for negativa, é preciso fazer algo urgentemente a despeito do elevado índice de desemprego no país. Mantenha em mente que mesmo em períodos de “vacas magras”, as empresas procuram e contratam, a peso de ouro, aqueles profissionais considerados “cream de la cream”. Portanto, para qualquer profissional, não há motivo que justifique uma vida infeliz, ou a manutenção de uma carreira estagnada, ou a preservação de um emprego do qual não extraia nenhuma satisfação.

É notório que profissionais infelizes em seus postos de trabalho afetem todo o tecido organizacional. Não há como esconder seu grau de insatisfação, baixo nível de desempenho e de produtividade. Como costumo dizer em minhas palestras, a demissão involuntária, na maioria das vezes, é gerada pelo próprio profissional. A empresa simplesmente apertou o gatilho que o profissional queria acionar, porém por qualquer razão acovardou-se e delegou a execução a seu superior.

Segundo: Qual foi, de fato, minha efetiva contribuição aos negócios da empresa no decorrer do último ano? É possível aferí-la objetiva e claramente? Quais foram os frutos colhidos em termos pessoais e profissionais?

Novamente, se sua resposta for negativa a essas indagações, não fique adiando uma tomada de decisão sobre a urgente necessidade de melhorar substancialmente seu desempenho (se é que terá tempo para tal) e de procurar uma nova empresa, onde possa recomeçar sua carreira com nova atitude e disposição.

Muitas vezes, ao longo da carreira profissional, se faz necessário mudar de ambiente, posição, segmento mercadológico, cidade, estado e até de país, a fim de dar novo destino à própria vida e carreira.

Assessorei um profissional recém-demitido e importante empresa do segmento de redes e telecomunicações. Ele estava indignado com sua inesperada demissão. Naquela ocasião, após refletir sobre sua carreira e o progresso feito até então, reconheceu o estado de estagnação em que se encontrava e decidiu mudar o próprio destino. Hoje, trabalhando na NASA em um de seus Laboratórios de Captação e Processamento (Fairbank AK, EUA), conforme seu e-mail, ele diz: “Deus escreve certo por linhas tortas. Agradeço, primeiro, a Deus pela minha demissão e em segundo lugar a você, professor Gutemberg, por abrir-me os olhos quando era mais fácil mantê-los fechados. Naquele difícil momento de minha vida foi muito doloroso reconhecer meu nível de estagnação. Afinal, quem quer olhar para suas próprias vulnerabilidades! Pois bem, após planejamento e muita esperança, finalmente consegui encaixar minha grande tacada. Recebi uma proposta para trabalhar em um dos laboratórios de captação e processamento de dados da NASA, mais precisamente no Fairbanks, Ak, USA.

Todos os meus parentes (e os da minha esposa também) me chamaram de louco por decidir vir para um lugar tão longe assim, mas o sonho de trabalhar para a NASA era infinitamente maior. Pois bem, hoje estou aqui trabalhando como Engenheiro de Desenvolvimento de Sistemas com os cientistas mais respeitados da área, inclusive com alguns que trabalharam em algumas missões Apollo à Lua (algo que eu só via em documentário da Discovery Channel ou em livros de ficção científica). Como se não fosse o suficiente, hoje ganho em dólar, minha esposa cursando cursar pós-graduação gratuitamente na universidade local e eu estou fazendo também (part time) meu doutorado. Tenho tido um desempenho excelente e tenho sido muito elogiado pelo meu esforço e trabalho.

Olhando para trás, penso que realmente estava acomodado. Sempre tive o sonho de morar e trabalhar em outro país e definitivamente aquele momento de demissão, que foi triste, me serviu muito para que eu, como dizia meu avô, “largasse a mão de ser besta” e corresse atrás dos meus sonhos.”

Sim, é verdade, “Deus escreve certo por linhas tortas”. Todavia, se o profissional não for capaz de reconhecer, ler e decifrar as inscrições e os sinais escritos nas paredes, dificilmente saberá colher os dividendos.

“Deus escreve certo por linhas tortas” apenas para aqueles que se abrem a essa linguagem, por vezes confusa, e sem sentido aparente.

Terceiro: Estou continuamente aprendendo e me autodesenvolvendo? O que me diferencia da maioria dos profissionais em minha área de trabalho em termos de cultura gerencial e humanística? De que maneira estou utilizando minha atual posição, a fim de me preparar para novos e futuros desafios? Que novas habilidades e competências estou desenvolvendo atualmente?

Se as respostas dadas a essas questões forem também de natureza negativa, é preciso agir com urgência. Um profissional que deseje e ambicione uma carreira de sucesso no atual cenário das organizações não pode abdicar do aprendizado amplo e constante. Ele é tão essencial a sua continuidade, como é vital o sangue para a continuidade da vida. Creio não ser necessário falar da importância do conhecimento como fonte de poder e também do próprio marketing da carreira. Na minha visão, esse é um ponto pacífico de discussão. Durante meus 70 anos de vida sempre fui advertido sobre sua importância.

Qualquer profissional com um pouco de cultura sabe que o conhecimento sempre exerceu papel singular na diferenciação dos indivíduos ao longo da história da humanidade. Portanto, é preciso investir na aquisição de novos conhecimentos por meio de leitura, participação em cursos e seminários, discussões inteligentes com profissionais de outras áreas e saberes diferentes, viagens culturais, visitas a boas livrarias, formação de um Centro de Sabedoria no próprio lar, onde todos os dias, pais e filhos, reservem uma hora para o estudo de assuntos específicos e gerais. Afora isso, a formação de uma biblioteca, onde os filhos desde o ventre materno vivam no meio de livros. O conhecimento e a sabedoria seriam cultivados até mesmo por osmose. Uma boa biblioteca em cada lar não é um luxo, mas uma necessidade nos dias atuais. Uma casa sem livros manuseados, comentados, discutidos e criticados (após atenta leitura), sem jornais diários e revistas semanais e, agora, sem Internet é como uma casa sem janelas e portas. Todos morrem lentamente de entropia mental, além de terem passado a vida em completa escuridão.

Costumo incentivar todos os meus clientes a lerem diariamente. Algumas vezes chego a dizer que eles deveriam usar roupas surradas e sapatos envelhecidos, a fim de investirem em livros, se o salário que percebem não for suficiente para tal. Àqueles que dizem que os livros são caros, costumo contra-argumentar: “Se os livros são verdadeiramente caros, tentem a ignorância e logo descobrirão o preço a ser pago pela mediocridade de seus atos e pela escuridão e embrutecimento de sua mente”.

Quarto: Existem ainda outros sinais que indicam que é chegado o momento de colocar o pé na estrada independentemente do ambiente externo ou interno: você foi preterido, uma ou mais vezes, a uma promoção? Você e seu chefe não se afinam sobre determinados assuntos e modus operandi de suas atividades? Suas avaliações nos últimos dois anos foram medíocres? Seu bônus anual foi cancelado? Os investimentos em seu autodesenvolvimento foram interrompidos? Sua participação em reuniões gerenciais importantes foram também suspensas, sem motivo aparente?

É incrível, como muitos profissionais, mesmo percebendo tais sinais, ainda se comportam como se nada do que está ocorrendo a seu redor e a olhos nus, tenha qualquer relação com eles mesmos. Comportam-se como o personagem da fábula – Rip Van Winkle.

Quinto: A companhia onde o profissional está trabalhando é o lugar errado. Ele jamais deveria ter-se associado a ela. Ele poderá até mesmo ser um profissional que está no “fast track”, porém a companhia não vai a lugar algum. Ela parou no tempo.

Além disso, ela não dispõe de recursos financeiros e nem tecnológicos; seu mercado de atuação está saturado e seu crescimento é apenas vegetativo; seus produtos foram suplantados por outros mais modernos e mais baratos da concorrência; sua participação no mercado (market share) desaba a cada semestre; seus lucros desaparecem; seu ambiente interno é desmotivador; sua reputação é discutível e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e recursos humanos desapareceram, entre outras razões.

Nessas circunstâncias, o profissional não tem muitas alternativas. O melhor é dirigir-se ao mercado o mais breve possível, se não quiser ser o “herói” que apagará a luz, se é que a companhia de eletricidade já não a tenha cortado por falta de pagamento ou esteja ameaçando cortá-la.

Mas há ainda outros sinais. Sua empresa foi colocada à venda, foi adquirida por um concorrente ou pretende associar-se (joint venture) a uma outra. Qualquer que seja a circunstância, sua posição e permanência na companhia tornam-se extremamente vulneráveis, à medida que a nova empresa desejar obter economia de escala. Portanto, não importa qual seja a sua posição, você terá de competir pelo próprio lugar. A empresa não necessitará de dois diretores financeiros, dois gerentes de recursos humanos, dois chief information officer etc.

Nessa situação, o melhor que poderá fazer é buscar no mercado uma nova colocação.

À luz dessa realidade, sugerimos a cada um de nossos leitores, as seguintes providências:

Primeira: Elabore e mantenha seu Curriculum Vitae sempre atualizado. De preferência, mantenha um diário sobre suas atividades mais importantes e os resultados obtidos. Discuta com um especialista sobre a melhor maneira de escrevê-lo, tornando-o atrativo e peça distinta no mercado. Aconselho que antes leia o melhor livro já publicado sobre o assunto. Não se comporte como um amador. Seja profissional. Não trate o histórico de sua vida e carreira como uma peça de menor importância. Valorize sua carreira e realizações.

Segunda: Organize seus cartões de visita pelo nível de relacionamento cultivado – bastante próximo, razoavelmente próximo, distante – e mobilize todos eles. A sua rede de relacionamento – seu capital social mais valioso – poderá servir como importante instrumento de abertura para novas oportunidades de trabalho. Atualmente, mais de 60% das contratações são feitas por meio da rede de relacionamentos. Não tenha medo e nem vergonha de procurar essas pessoas. É bom lembrar-se ainda de que você não está pedindo esmolas, mas sim apresentando uma carreira bem-sucedida e colocando à venda o melhor produto de que dispõe – você. Creio que não necessito alertá-lo para o fato de que deve comportar-se com alto nível de profissionalismo, a despeito do grau de amizade cultivado.

Terceira: Contate os melhores headhunters de sua cidade. Os seus nomes hoje figuram nas principais câmaras de comércio, jornais e revistas do país e suas empresas, na Internet. Caso tenha dificuldade em encontrá-los, peça a ajuda de seu diretor de Recursos Humanos ou mesmo de um amigo que cultive algum tipo de relacionamento com esses profissionais. Ao abordá-los, seja extremamente profissional. Prepare-se e esteja pronto para oferecer respostas a suas indagações. Não minta sobre aspectos de sua vida e carreira – formação acadêmica, posições ocupadas, nível salarial, período de permanência nas empresas, idade, entre outros assuntos relevantes. Qualquer deslize poderá custar-lhe o emprego de sua vida.

Recentemente, os jornais noticiaram a demissão sumária do chief financial officer de importante empresa global, de origem norte-americana, simplesmente porque ele mentiu sobre suas credenciais acadêmicas, alegando ter obtido um MBA – Master of Business Administration. Quando essa informação foi averiguada e confirmada sua falsidade, seu castelo desabou. Ele foi demitido sumariamente para sua vergonha pessoal e decepção de seus colegas de trabalho.

Aqui mesmo entre nós, comumente, tomamos conhecimento de profissionais que mentem desavergonhadamente sobre suas credenciais acadêmicas. É o caso de um certo consultor empresarial que diz ser o pioneiro na utilização da antropologia nas empresas, o qual durante anos, em suas palestras, seminários e programas de televisão, dizia ser pós-doutorado em macroeconomia pela London School of Economics, Ph. D. em Antropologia por uma universidade da Austrália, a qual não mencionava em seu curriculum vitae, professor de algumas das mais renomadas escolas do mundo (Harvard University, MIT – Massachussets Institute of Technology, Fundação Getúlio Vargas) diretor de Tecnologia da ONU, entre outras inverdades.

Uma checagem sobre suas credenciais acabou por revelar que elas não eram apenas fantasiosas. Elas eram simplesmente falsas, como demonstrou a Revista Exame, em matéria do jornalista Davis Cohen, “História de Pescador” edição 752, ano 35, nº 22 de 31 de outubro de 2001, págs. 90 a 94. Infelizmente, seu destino foi diferente do primeiro caso. Enquanto aquele foi banido do mercado, este último continua querendo ensinar sobre ética e outros assuntos na televisão, para vergonha do universo executivo brasileiro e descrédito da profissão de consultor.

O profissional, qualquer que seja seu nível, deve proteger seu nome e imagem no mercado de trabalho. A melhor maneira de fazê-lo é preservando sua retidão de caráter. A mentira não se sustenta por muito tempo, a despeito de sua bem articulada estratégia. O pior e o mais perigoso dos mentirosos é aquele que mente para si mesmo, pois criando suas mentiras, passa a acreditar nelas e a divulgá-las como verdadeiras, com uma agravante – elas vão aumentando dia a dia. Portanto, meu caro leitor, fale a verdade. A longo prazo, ela é a melhor política e aquela com a qual você poderá contar para vôos mais altos. A integridade de caráter é fundamental para o desenvolvimento e sustentação de uma carreira bem-sucedida.

Nunca recuse o convite para entrevista, feito por um headhunter, mesmo que considere a ocasião inapropriada. Mantenha as portas abertas. Vá para a entrevista. Escute o que ele tem para lhe dizer e oferecer. Somente após esse ritual, você terá condições de saber se a oferta dele é boa e conveniente. Se descobrir que não é a oportunidade esperada, decline da continuidade do processo, agradeça-lhe e, se puder, ofereça-lhe ajuda, indicando outro profissional, tão qualificado quanto você. Não lhe apresente alguém simplesmente para ser agradável. Se o candidato proposto por você não estiver à altura, sua credibilidade poderá ser abalada. Portanto, seja mais uma vez profissional.

Quarta: Prospecte possíveis oportunidades por meio de consultas a sites na Internet, especialmente no LinkedIn. Tome cuidado com os sites que anunciam milhares de oportunidades de emprego. Elas podem ser falsas. Não há nenhuma organização privada ou pública que audite seus números. Portanto, não há como comprová-los.   

Alerto os meus leitores sobre a necessidade de extremo critério em relação aos sites que desejam investir na prospecção de nova oportunidade de trabalho ou recolocação profissional. Afinal, você nunca saberá o que está sendo feito com suas informações. Não sejam ingênuos, nem esperem por milagres, se confiarem a terceiros (desconhecidos) a prospecção de novo trabalho. Não percam tempo ou dinheiro, pagando por algo que não podem controlar ou acompanhar.  Seu investimento, não há dúvida, ficará sem retorno.

Neste caso, como alternativa, sugiro que acessem os sites das empresas em que gostariam de trabalhar e cadastrem diretamente seu curriculum vitae. Não usem intermediários, principalmente, quando sua ética parece duvidosa. Façam com determinação esse trabalho. Dediquem-se ao seu mais novo e importante projeto – a conquista de nova atividade no mercado de trabalho.

Não desperdicem as oportunidades de alavancar sua carreira por meio do estudo diário, do uso de estratégias honestas de marketing pessoal, da prospecção inteligente de novas oportunidades de trabalho, de serem felizes em seu trabalho, de contribuírem por meio de suas atividades para o bem da sociedade em que vivem, de escolherem e defenderem uma causa – a reconstrução moral e ética do país, a libertação dos milhares que vivem segregados e sem nenhuma chance de quebrar as correntes da ignorância, o combate às drogas, quaisquer que sejam, a construção de bibliotecas públicas em cada quarteirão de nossas cidades, em substituição às lojas de máquinas de jogos que viciam nossa juventude, afastando-a dos estudos e levando-a a confiar mais na sorte do que no esforço pessoal, com o conseqüente desperdício de horas preciosas que, bem aproveitadas, poderiam contribuir para superar a ignorância e a indolência.

Meus caros leitores, mantenham-se acordados e não tenham medo de empreender uma mudança para a melhoria de sua carreira, submetendo-a a um novo modo de pensar e de agir. Criem o hábito de uma auto-análise permanente, a fim de se certificarem de que estão satisfazendo suas mais preciosas aspirações, dentre elas, realizando um trabalho auto gratificante e não martirizante, cultivando ideais sublimes e desafiadores e, acima de tudo, cumprindo com entusiasmo e energia sua missão de vida. Qualquer pensamento e atitude inferiores, aos supracitados, os tornarão sonolentos – na vida pessoal, familiar e profissional.

Despertem-se e ponham-se de pé. Caminhem em direção a um futuro promissor, com determinação, coragem, ousadia e alegria. Não percam tempo olhando para um passado que ficou para trás. Assumam o controle de seu próprio destino. E que Deus na sua infinita graça e bondade, os iluminem nessa travessia – de onde estão, para onde desejam ir e chegar.

 

3 thoughts on “CARREIRA E A SÍNDROME DE RIP VAN WINKLE”

  1. Caro Gutemberg,

    Mais um excelente artigo! Acredito que estamos passando por um momento muito importante da história, como país.

    Nos últimos meses, tenho notado um número crescente de pedidos de conexão via Linkedin. Isso é um termômetro claro de que as pessoas se movimentam, apenas quando já é muito tarde.

  2. Caro Gutemberg,

    embora este seja meu primeiro comentario, tenho lido seus artigos semanalmente e sempre tenho tirado muito proveito de cada um, bem como de todas as palastras a que tenho assitido as 3as feiras.
    Não estou propriamente em transição de carreira mas sim … em transição de vida. Após muitos anos de trabalho em multinacionais agora estou buscando um novo desfio na area de e-commerce. TUDO é ASBOLUTAMENTE novo pra mim e portanto as suas palavras ” aceitem e se ajustem a novos ambientes, que se mantenham, vinte e quatro horas por dia, atentos a fatos e eventos que poderão impactar sua carreira, que permaneçam abertos a novas idéias, ao aprendizado de novas tecnologias e a sua aplicação em seus postos de trabalho e, sobretudo, que enfrentem corajosamente os desafios das mudanças, inclusive do próprio emprego ou carreira” estão sendo o meu norte neste momento.
    Obrigada pelo seu precioso suporte !!

  3. Caro Gutemberg. O artigo me fez refletir e atestar que tomei a decisão correta quando mudei o rumo da minha carreira depois dos 40. Ainda tomarei coragem para abordá-lo no hall do prédio e cumprimentá-lo.
    Um abraço.
    Diógenes

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